Casa Azul o Museu Frida Kahlo na Cidade do México

O Museu de Frida Kahlo na Cidade do México é na verdade é o local onde Frida nasceu, passou boa parte da sua infância, onde ela morou com Diogo Rivera, onde estão expostas algumas de suas pinturas mais interessantes e também algumas das menos conhecidas, e onde ela morreu. Embora tenha vivido em outros lugares, Frida sempre acabava voltando para a Casa Azul em Coyoacán, um dos distritos mais bonitos e arborizados da capital mexicana. Famosa pelo tom azul de suas paredes a casa também é chamada de Casa Azul Cobalto.

Construída por seu pai, o fotógrafo mexicano Guillermo Kahlo três anos antes do nascimento da pintora. A casa é lotada de recordações, memórias da vida e do trabalho da pintora, de seu pai e do amor da sua vida, Diogo Rivera. Seu estilo de vida intelectual, transgressor e boêmio também fica bem evidenciado em suas paredes.

Lá é possível conhecer a cama com espelho onde a artista permaneceu boa parte da sua vida após o acidente de ônibus que mudou para sempre sua saúde já debilitada anteriormente pela poliomielite. Boa parte dos retratos de importantes figuras políticas pintadas por Frida também, além de fotografias feitas por seu pai.

A vida de Frida foi bem sofrida e difícil não entender os motivos da amargura tão presente na sua personalidade. Frida teve poliomielite aos 6 anos, o que fez com que ela ficasse com uma significante diferença de tamanho entre suas pernas e por isso mancasse. Aos 18 um terrível acidente de ônibus quebrou sua perna em 11 lugares diferentes, fez 3 lesões importantes na sua coluna, a deixou a beira da morte por muitos meses, fez com que ela passasse por 35 cirurgias durante sua vida e impossibilitou que tivesse filhos. A impossibilidade de ter filhos está exposta em diversos lugares da casa, seja por pinturas e desenhos da artista, e até por um quadro que mostra o desenvolvimento embrionário que fica próximo ao ateliê. Aos 15 anos conhece Diego Rivera, 21 anos mais velho do que pintora, que nesse momento estava em seu segundo casamento e e contava com uma conhecida fama de mulherengo. Aos 21 anos decide levar seus quadros para serem avaliados pelo artista e se apaixonam, se casando um anos mais tarde. Um casamento indesejado pela família da pintora e historicamente conturbado devido a personalidade forte de ambos os pintores e os diversos casos extraconjugais. 10 anos após o casamento eles se divorciam quando Frida descobre que Diogo está tendo um caso com sua irmã. Frida tem um ataque nervoso e chega a cortar seus cabelos. Um ano depois do divórcio os artistas reatam e se casam pela segunda vez. Ficam juntos até 1954 quando Frida morre, mas mantiveram a relação tempestuosa pela qual são tão famosos até a morte da pintora.

A visita começa no andar térreo onde é possível ver uma exposição de fotos de seu pai, um belo resumo sobre a vida de Frida, sua paixão por animais, além de obras da pintora e de outros pintores. Passando por essa parte, os visitantes entram na cozinha da casa. Lindíssima, com suas panelas de ferro, cerâmicas coloridas. Logo depois é possível conhecer o quarto de Diego e um quarto de hóspedes. Após esses cômodos no segundo andar está localizado o ateliê de Frida.

É no ateliê que Frida pintou suas principais obras. Lá estão suas coleções de pincéis, seus lápis de aquarela, suas tintas, seus cavaletes e sua cadeira de rodas. É um espaço amplo, iluminado por diversas janelas que permitiam que a luz entrasse sem grande dificuldade. Fácil imaginar a pintora passando muitas horas no local. Na verdade a sensação é que será possível encontrar com Frida a qualquer momento, que ela só está um intervalo entre uma pintura em outra e logo estará de volta para voltar ao seu trabalho.

Próximo ao estúdios estão dois quartos. O quarto de dia e o quarto da noite, ambos com as camas de madeira onde ela provavelmente passava muitas horas. O quarto do dia é sem dúvidas o mais fúnebre já que conta com a máscara funerária com a qual a artista foi velada.

Como a Casa Azul na verdade são duas casa, a segunda casa foi dedicada às roupas, acessórios e corpetes de sustentação que a artista precisava usar. Além de uma prótese que foi necessária após uma amputação por gangrena. O quarto de Frida foi fechado por Rivera logo após sua morte em 1954 e Diego exigiu que só fosse reaberto 15 anos após a morte dele. Foi dos pertences encontrados nesse quarto que permaneceu fechado por 50 anos que saiu todo o material para essa exposição.

Já os jardins são lindos, amplos e super arborizados, te convidando a comprar alguma coisa na lanchonete simples que tem por lá e desfrutar de um lanche tranquilo e agradável.

O ticket básico permite somente que os visitantes conheçam a casa então quem quiser fotografar precisa pagar uma taxa extra para receber um adesivo que precisa ser colado em local visível. Eles realmente checam se você está usando a autorização para fotografar então não tente dar uma de esperto e fotografar sem pagar porque a bronca é séria.

Frida passou boa parte de sua vida sendo conhecida somente como a esposa de Diogo Rivera fora do México, que então era nomeado como o maior artista mexicano que já viveu. Sua fama só alcançou o status mundial que tem hoje após sua morte, o que sem dúvida é uma grande injustiça coma pintora que criou 143 quadros durante sua vida, 55 destes auto retratos, reflexo sem dúvida nenhuma da grande quantidade de tempo que permanecia em casa e sozinha devido seu frágil estado de saúde.

O Museu não é o mais o mais apropriado para quem só quer conhecer o trabalho de Frida já que a quantidade de obras não é tão grande e os principais quadros não estão expostos lá, mas é um museu para entender a artista, como era sua vida, o que a influenciou, suas restrições de mobilidade, seu espírito inovador. É um museu para pessoas apaixonadas pela figura da Frida e não somente pelos seus quadros. Recomendo que a visita seja feita com calma em um turno inteiro de passeio. Explorando cada pedacinho do local, assistindo o vídeo sobre a vida da artista que passa no museu.

Sobre visitar com crianças

Frida é uma personagem marcante que normalmente fascina as crianças devido às suas roupas coloridas e seu penteado elaborado. Julia não dava muita bola para ela até assistir o filme Coco (ou A Vida é Uma Festa) da Pixar, que atualmente é o filme favorito dela. Desde então ela desenvolveu uma paixonite pela Frida e por sua personalidade exótica, ela adora falar que já foi na casa dela, que viu as fotos delas com seus animais, que viu as roupas que ela usava, até a história da polio e do acidente de ônibus ela conta. Além disso a casa é muito colorida e tem um grande pátio arborizado, o que já facilita a vida de quem está com pequenos que precisam gastar energia! 😉

Só não indico que levem carrinhos de bebê para a visita. Por ter dois andares e ficar bastante cheio o carrinho pode virar um tormento.

Informações técnicas:

–  O museu fica aberto terça a domingo nos horários abaixo:
Terça: 10:00 – 17:30 h.
Quarta: 11:00 – 17:30 h.
Quinta a domingo: 10:00 – 17:30 h.

Fica fechado em 1 de janeiro, 21 de março, 1 de maio e 16 de setembro. Além das segundas feiras.

–  Nos fins de semana o local fica lotado então é aconselhável comprar o ingresso com antecedência online para evitar as enormes filas que podem se formar ali. Quem quiser comprar online é só comprar AQUI.

– Valores:
Dias de semana:
adultos – 200 pesos mexicanos (aproximadamente 35 reais)
criança – 15 pesos

Fins de semana: 
adultos – 220 pesos mexicanos
criança – 15 pesos

Permissão para fotografar no Museu: 30 pesos mexicanos

Visitas guiadas:
Em espanhol: 500 pesos mexicanos
Em inglês: 600 pesos mexicanos

–  O Ticket inclui a entrada para o Museu Diego Rivera Anahuacalli – O museu dedicado a arte de Diego Rivera.

–  Endereço: Londres 247, Del Carmen Coyoacán, Cidade do México

18 comentários

  1. Que delícia de passeio! Frida é mesmo um personagem incrível e é o máximo esse carinho das crianças. Acho que ela amaria…

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  2. Estive na casa azul há alguns anos (ainda era permitida a fotografia sem taxa extra) e passei muitas horas ai escutando os ecos da intensa vida de Frida. Suas obras refletem sem dúvida alguma sua vida: abundante, sofrida, alegre, transgressora de muitas maneiras. Incluindo ai seu relacionamento com Diego Rivera. Como você menciona neste ótimo e detalhado texto: uma visita ótima para quem se interessa pela vida da autora. Sem duvida ajuda a entender sua arte. México é um país que gostaria muito de voltar um dia. 🙂

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  3. Admiro bastante a Frida Kahlo, não só pelas suas obras magníficas e únicas, mas também pela sua força interior. Adoraria visitar essa casa, com todas essas memórias a exalarem das paredes. Linda reportagem

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  4. Sempre tive muita curiosidade em conhecer esse museu, pena que são poucas as obras que estão expostas. Mas Frida por si só já é um espetáculo e eu certamente visitaria a casa dela só para ver todas aquelas cores de perto. Ótima dica!

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  5. Muito bacana conhecer sobre o museu da Frida, tudo com tanta vida e cor, menos a máscara que foi usada em seu velório (estranho isso kkk)

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  6. Que demais!! Esse é um museu que quero muito conhecer. Já me interessaria pela história de Frida, mas fiquei com mais vontade depois de assistir o filme e ver tanto dessa casa.

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  7. Que show de museu, confesso que não sabia que tinha um museu da Frida. Adoro as obras dela, fiquei com vontade de conhecer ele também.
    Deve ser muito interessante conhecer principalmente o ateliê dela.
    É uma pena que ela tenha tido uma vida tão sofrida, mas ao menos ela podê se expressar um pouco através de suas obras.
    Adorei as dicas do post e poder saber da existência desse museu. rss!

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  8. Gosto muito de casas museu e seu post equivale a um passeio lá, porque está muito bem retratado em imagens e texto. Confesso que não curto muito a arte de Frida, mas foi uma figura admirável e merece respeito.

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  9. Está aí uma das atrações que gostaria muito de visitar no México. Pena que não tive oportunidade quando visitei este país, porque fique em Cancun e conheci o entorno. Sou fã de Frida Kahlo, assisti o filme e muito me fascina toda sua história. Amei o post!

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